GENOMA PESQUISA

quarta-feira, 3 de julho de 2013

SALOMÉ- RUMOR DAS ASAS DO ANJO DA MORTE - DIA 28.02.15

DE VOLTA AOS PALCOS NO DIA 28 DE FEVEREIRO DE 2015 ÀS 20 HORAS NO ESPAÇO CULTURAL ARUEIRAS DO BRASIL
 CONVITES R$10.00(DEZ REAIS)


SALOMÉ – Rumor das Asas do Anjo da Morte
Sinopse

O Espetáculo Salomé – Rumor das Asas do Anjo da Morte com texto e direção de Rodrigo Marcondes, que se inspirou na obra de Oscar Wilde para montar este drama lírico.

A partir do processo interpretativo e estético Teatro Genoma criado e desenvolvido por Rodrigo Marcondes, as personagens vão sendo esculpidas cena a cena, um teatro onde o ator usa e abusa do vigor físico, trazendo para o palco toda a paixão, sedução, loucura e obsessão de Salomé diante do profeta João Batista e sua fé no Criador. Um conflito de desejo que vai ganhando cor nas mãos do Anjo da Morte. No elenco estão Juliana Vicma – como Salomé, Fábio Massanet – como João Batista, Iris Mendes – como Anjo da Morte, Kleber Fernando – como Herodes.O espetáculo Salomé – Rumor das Asas do Anjo da Morte é uma montagem da Companhia Teatro Genoma, com duração de 60 minutos.



CRITICA DE ROBERTO MASSONI
Dramaturgo – Diretor e Ator de Teatro.

Companhia Teatro Genoma liderada pelo Diretor e dramaturgo Rodrigo Marcondes, apresenta Salomé, livre adaptação do texto de Oscar Wilde.
Tema universal, Wilde retirou do livro sagrado do cristianismo a história de Salomé que, por não ser correspondido em sua paixão, pede a Herodes o assassinatos de João Batista, e não apenas isto: mas que fosse decapitado e sua cabeça trazida até Salomé numa bandeja de prata, provando que a paixão respondida ou não, cega, e não só cega: mas enlouquece.
Rodrigo Marcondes entregue de corpo e alma as delicias e dificuldades da arte teatral, utiliza no espetáculo a linguagem estética e interpretativa do teatro genoma, o processo de formação de ator e criação das personagens do espetáculo laborado pelo inquieto e empreendedor artista. Em cena, duas atrizes Juliana Vicma e Barbara Braw e dois atores Fábio Massanet e João Luiz, enfrentam com entrega o texto que, sem dúvida, revela um dramaturgo empenhado na busca de criar um universo de símbolos (os quatro elementos, o hibridismo- cada personagens relacionado a um animal, contemporaneidade com a bela sonoplastia de bandas Metal “ Alemãs) e usando com precisão os recursos exigentes ( a iluminação por exemplo, tudo somando coloca em cena a coragem de criar( rollo-may) e mais que isso: o prazer com tradução de um trabalho.
Teatro não é lugar de tirar 10 (Frase de Fernanda Montenegro) e sim a arte da ousadia, e ai a companhia teatro Genoma tira 10.
São jovens e já mostram a que vieram: formação de público, apego pela cultura, curso de formação de ator, lapidação dos elementos de estética, Realização de sonhos, a criação de espetáculos que se sustentam, como este sobre Salomé.
Você pode até não gostar, ou “estranhar” mas ao sair do teatro vai sentir o cotidiano alterado e talvez entenderá porque a arte teatral atravessa os séculos: esses moços estão fazendo história e é o Instituto teatro genoma a Usina desta energia: estranha arte que envolve todos os sentidos, e todos os sentimentos- e ainda consegue dialogar.
Rodrigo Marcondes e sua trupe”são um ato de coragem e talento”.
A luz da ribalta para iluminar a vida e deixou escrito Oswald de Andrade “A vida precisa ser iluminada”.
Beto Massoni




CRITICA DE RENATO PAES
- Mestre em educação, especialista em comunicação social, pedagogo, licenciado em letras UFRJ, ator profissional e professor universitário de técnicas teatrais, história do teatro brasileiro, literatura brasileira e comunicação.


Salomé- Direção de Rodrigo Marcondes

Adaptação do livro da peça “Salomé” De Oscar Wilde.
Quando escreveu em mil oitocentos e noventa e um, e em francês, Wilde desejava usar a língua francesa como instrumento á procura do Belo – portanto uma experimentação de expressão.
O autor,adaptou o texto bíblico, que se passa no dia do aniversario de Herodes, onde todos desejam Salomé. Salomé, por sua vez, só deseja João Batista, o mesmo que batizou o Cristo. E, João Batista a rejeita.
Salomé dança para Herodes e, de presente ganha a cabeça de João Batista numa bandeja. Só então ela consegue seu sonhado beijo. Wilde foi acusado de excessiva liberdade ao adaptar o texto bíblico, o que justificou a demora de alguns anos para ver seu texto encenado. Hoje, o texto é consagrado e merecedor de montagens significativas.
Rodrigo Marcondes optou por um espetáculo inspirado no texto original e fez dele seu exercício de experimentação de expressão.
O espetáculo foi concebido na linguagem teatro genoma, desenvolvida pelo diretor. A linguagem possui três veias: a teórica, a plástica, e a interpretativa. Estuda-se o DNA da criação: A gênese da personagem e a árvore genealógica. A personagem herda as semelhanças com um animal, seus movimentos e características sonoras. Vê-se uma mutação genética: Homem + Animal. Vê-se a máscara dupla, a dualidade do hibrido, o ator com sua mascara homem/animal. Juliana Vicma, é a protagonista Salomé/A cobra, num trabalho de bela expressão corporal e vocal.
Marcondes subverte a linguagem lírica Wilde e, ousadamente, cria um espetáculo forte e viril, num estilo neogótico: Cria plasticamente, imagens fortes, inusitadas, e de grande impacto. A sonoplastia é impecável, numa escolha acertada de Tristânia, banda Doom Metal.
O cenário traz plasticamente a terra como o elemento e o andaime central que serve como prisão de João Batista e espaço para que Salomé destile seu veneno e toda sua sensualidade. O elenco conta ainda com Fábio Massanet (João Batista) que escolheu criar um personagem que trilha entre a loucura e o demoníaco, e subvertendo a imagem do profeta de Cristo. João Luiz (Herodes) num trabalho que conquista a simpatia do público e Barbara Braw (Anjo da Morte).

O espetáculo ousa, escolhendo uma linha pouco convencional e longe da linguagem do teatro, dito, clássico – aliás, marca conhecida de Marcondes por seus trabalhos, e gosto pela pesquisa e experimentação teatral.
Mas afinal, o que é a arte, senão uma transgressão? Quem é o artista, senão aquele que ousa subverter ou transgredir?
Rodrigo Marcondes e a Cia Teatro Genoma, são transgressores de Wilde, e só por isso, já merecem nossa presença em seu espetáculo inovador.



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