GENOMA PESQUISA

quarta-feira, 13 de maio de 2015

PARA FALAR DO HOMEM DO SUBSOLO

Iniciei este processo no momento em que no ano de 2002 me encontrei com a obra MEMÓRIAS DO SUBSOLO de Fiodor Dostoievski, já havia realizado a leitura de outras obras de sua autoria como Crime e Castigo, O Idiota entre outros, mas foi nessa novela que vi a possibilidade do fazer teatral, foi um soco na boca do estômago. Então iniciei o processo da criação da dramaturgia, um trabalho solitário, árduo e difícil, pois como recortar uma obra tão rica e sintetiza-la em 50 minutos de espetáculo. Enfim consegui depois de muitas noites em claro e alguns anos chegar em um texto final que levaria para o palco em abril de 2005. Nesta primeira fase fui fiel ao livro e ao autor Dostoievski, pouco mudei, o texto era quase que uma adaptação fiel da obra Teatralizada por mim.
Neste mesmo ano, já após ter realizo algumas apresentações convidei o diretor Walter Stein para realizar uma supervisão cênica, que enriqueceu ainda mais o trabalho dramatúrgico em todos os sentidos.  Depois de dois meses de novos estudos e ensaios voltamos para o palco. Em seguida decido deixar em Novembro do mesmo ano de interpretar esta personagem e passa-la ao ator Fábio Massanet para então apenas dirigir esta criação. E assim permaneceu até o inicio deste ano de 2015, onde a minha inquietação de retomar os estudos como atuador dentro desta obra gritou em meu coração, e em final de Março, lá estava eu realizando O HOMEM DO SUBSOLO para estudantes do ensino médio da cidade de Praia Grande, mas agora com um amadurecimento e uma dramaturgia liberta, que apenas tem como ponto de partida a obra de Doistoievski.
Com liberdade dramatúrgica aproximo a personagem da realidade brasileira, o colocando de forma atual, com possibilidades de improvisos dentro desta narrativa pérfida, ácida, irônica e mordaz deste sujeito que vive em conflito com sua CONSCIÊNCIA, um  homem tão inteligente que não conseguiu chegar a nada. Um homem que sente prazer em afirmar que é maldoso, que questiona a ciência, a matemática, a humanidade, e a Vida. 
Em seu SUBSOLO cercado por seus ratos, interagindo com a platéia que se torna personagens deste ambiente obscuro do Porão da Consciência deste ser. 
Como técnica de atuação utilizo recursos da Máscara Totem Persona, utilizando os Animais de Poder, Alado, Dourado e Negro, pontos de tensão Híbridas, deixando os animais interferir em pontos culminantes de atuação. Um experimento de liberdade que nasce no porão de Dostoievski e cresce no Subsolo do atuador Rodrigo Marcondes que sem medo mergulha no Humor Negro em uma dramaturgia que vai do drama a comédia experimentando todas as possibilidades no jogo narrativo na experiência de atuar junto a platéia, buscando respostas, encontrando alternativas. Assim é o Meu HOMEM DO SUBSOLO, meu exercício cênico, meu rito de passagem, meu grito atual para a HUMANIDADE.









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