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quinta-feira, 11 de março de 2010
WORKSHOP DE INTERPRETAÇÃO COM CAIO BLAT
WORKSHOP DE INTERPRETAÇÃO COM O ATOR CAIO BLAT
Olá galera !!!
Nesta minha empreitada de trabalho, atuando , dirigindo e produzindo, em muitas vezes escutei falar do meu grande amigo Caio Blat, como uma referência numa geração de atores. Este por ser muita novo, mas amadurecido profissionalmente, e principalmente pelo sua enorme bagagem no cinema, televisão e teatro.
Muitos, incluindo críticos e admiradores de seu trabalho em geral, se perguntam como um ator chega até tal grau de realidade em seu personagem.
Pensando nesta pesquisa e estudo em que um ator deve-se ter para um trabalho ser "real", no aprendizado e pesquisa do ator, eis que convenci o nosso amigo a ministrar este workshop, que considero imperdível para atores e estudantes de teatro e linguagem cênica. Já conhecedor e admirador de seu trabalho, que também sou, em parceria com o próprio realizaremos o workshop em 4 (quatro) encontros no mês de Abril de 2010, sendo este aos domingos.
Abaixo segue em palavras do Caio, a descrição deste encontro para atores e não-atores.
DO WORKSHOP - A ARTE DO ATOR - "DA DESMECANIZAÇÃO À CONTRA-VONTADE"
1º fase – Desmecanização
O dia a dia, com seu ritmo alucinante, nos obriga a estar sempre apressados, sempre correndo atrás do relógio. Comemos qualquer coisa, dormimos mal, não prestamos atenção a nossa postura e muito menos a nossa respiração. Nossas relações perdem qualidade. Aos poucos, vamos ficando condicionados a esta velocidade, e nos tornamos verdadeiros robôs de cumprir tarefas.
Este condicionamento, ou mecanização, é uma armadilha para o trabalho do ator. A tendência é transferirmos esta energia para nosso trabalho, para nossos personagens.
Se observarmos atentamente as pessoas ao nosso redor, podemos perceber que cada um tem seu ritmo próprio, seu modo de andar, de respirar, seu característico tom de voz. Se nossa observação for ainda mais aguda, podemos sentir que cada pessoa emana uma energia diferente pelo olhar, e tem seu próprio fluxo interno de pensar e sentir.
Da mesma forma, a construção de um personagem deve respeitar todos estes detalhes para que o resultado seja original.
Um pintor, ao iniciar um novo trabalho, parte de uma tela em branco, assim como o escritor, de um folha em branco. Somente uma pagina vazia pode oferecer infinitas possibilidades.
O material de trabalho do ator é, acima de tudo, o seu corpo. Seu corpo físico e seu corpo emocional. Porem, se este corpo encontra-se repleto de tensões, vícios, preconceitos, memórias recentes, compromissos.... fica impossível uma nova persona se estabelecer a partir do zero.
Assim, a primeira fase do nosso encontro trata da desmecanizacao, do relaxamento físico e do esvaziamento emocional necessários para que algo novo possa surgir mais adiante.
Utilizando técnicas de respiração, alongamento, e alguns exercicios de meditação, vamos criar um ambiente tranqüilo e altamente criativo.
2º fase – Aquecimento Físico e Emocional
Em seguida, uma serie de exercícios reunidos por Augusto Boal, criador do Teatro de Arena e do Teatro do Oprimido, propõe aos participantes um reaquecimento físico e, principalmente, um despertar dos sentidos.
Criando dificuldades para realizar operações cotidianas e para se comunicar, os exercícios de Boal dão seguimento a desmecanizacao das ações, e a necessidade de reinventar e repensar todas as ações. Andar sem ter pernas, comunicar-se sem usar a voz, orientar-se com uma venda nos olhos, são formas de despertar os sentidos para o jogo teatral.
Nessa etapa, vamos nos familiarizar também com os conceitos Stanislawskianos de memória sensitiva e memória emotiva, exercícios que exigem grande carga emotiva e que aquecem internamente os atores.
3º fase – O Corpo Coletivo
Uma das grandes armadilhas ao trabalho do ator é o egocentrismo. O esforço para se concentrar na criação do personagem muitas vezes faz com que o ator se feche em uma pesquisa psicológica que acaba por torna-lo um ser isolado dentro de um elenco. Nada mais triste do que perceber que os atores de uma mesma peca, seja de teatro, televisão ou cinema, estão na verdade realizando monólogos coletivos. Não se ouvem e agem de acordo com idéias preconcebidas dos personagens e das ações dramáticas.
Ainda segundo Boal, sua fala (ação) deve sempre nascer da fala (ação) do Outro.
Nesta etapa, uma serie de exercícios reunidos por Boal e por J.C. Viola nos obrigam a trabalhar em conjunto, a perceber a saudavel dependência que une os membros de um elenco, e a criarem a partir deste corpo coletivo um corpo único e coerente.
4º fase – Criação
Entramos finalmente no processo criativo, na construção de personagens e de situações dramáticas. Técnicas de improvisação, jogos cênicos, estudo de cenas e personagens.
Abordagem de diversas técnicas de interpretação como o espanto, a contrapreparacao, a postura do gato, a repetição e finalmente, a CONTRAVONTADE.
Na vida, tomamos decisões a cada instante. Em frações de segundos, pesamos mentalmente os prós e os contras para chegar a cada escolha. Muitas vezes ficamos em duvida, decidimos pela intuição, ou agimos até mesmo contra a nossa vontade. Mas em cena, acabamos nos deixando levar pela vontade que move o personagem, esquecendo que ele também duvida e escolhe a todo instante. Nosso personagem torna-se então monomotivado, ou seja, movido por vontade única, e, por mais que nos esforcemos, ele vai perdendo a força dramática, tornando-se desinteressante.
O estudo da contravontade enriquece o personagem. Ele vascila, duvida, arrepende-se, hesita. Vamos aplicar a contravontade em cada situação, descobrindo os caminhos mais ricos para chegar finalmente à ação.
Por Caio Blat
DATAS: 4,11,18 E 25 DE ABRIL
HORÁRIOS: 10HS ÀS 13HS OU 14HS ÁS 17HS
LOCAL: PENSIONATO DO HUMAITÁ - RUA HUMAITÁ Nº 170 - ENTRADA PELA RUA MIGUEL PERERIRA - AO LADO DO POSTO DE GASOLINA DO HUMAITÁ
VAGAS LIMITADAS !!! GARANTA JÁ A SUA !!!
MAIORES INFORMAÇÕES: S.A FILMES E AUDIOVISUAL:
21) 2467-0692 / 7883-2922 / 12*85960 / 9684-1368
SEGUNDA À SEXTA - 9 ÀS 18 HS
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